O professor estrangeiro na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ardigò Martino, que é italiano, fez uma avaliação da expansão da Covid-19 em seu país. Para ele, o Brasil teve a oportunidade de olhar o impacto da doença na Europa para planejar uma resposta mais eficiente para a pandemia. Ele pontua o papel da APS no território na resposta à Covid-19 e a gravidade da situação. "Primeiramente, não pode subestimar. A Itália subestimou e muitos países subestimaram. Essa doença é um túnel do tempo, você tem a possibilidade de ver o que acontecerá no seu país em algumas semanas e todos os países devem aproveitar essa oportunidade. Todo mundo está repetindo sobre a importância a Atenção Primária, os chineses, os italianos e os espanhóis, todo mundo está entendendo que esta guerra está na capacidade dos territórios de preservar UTI e vagas hospitalares. E dentro do território qual é a lição? Integralidade. Trabalho junto de saúde publica, necessidade de ter toda a equipe de vigilância, a APS e todos os atores comunitários juntos, engajar prefeitos, entidades comunitárias porque será preciso fazer planos específicos para cada território. Aquela área, aquela microrregião de saúde é que governa o processo, o hospital tem ser um recurso desse núcleo. A última questão é a participação dos componentes universitários para desenvolver atividades de validação do que está sendo feito no cotidiano", defende Ardigò.